sábado, 24 de novembro de 2012

QUANDO O AMOR É LEVE


nós sempre nos casamos no mar
e jogamos a aliança no rio.
nós sempre nos amamos demais
e pensamos que o mundo é vazio.
nós nunca encontramos o bar
onde servem chopp em barril,
mas não custa a gente tentar
este boteco na 24 de abril.
meu amor,
me dá um tiquinho
do teu bolinho de arroz
e também
três ou quatro golinhos
de bera, meu bem!
vou ali
pedir o isqueiro
Pr’aquele rapaz.
O guri é bom,
O garçom é ligeiro
E o som tá demais.
Vai pedir
A batata suissa
de champignon?
Eu também,
mas a minha é mestiça,
catupiry e mignon.




©leoniaoliveira

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

ASTROLÁBIO


Primeiro foram criadas as correntes marinhas
E dada aos seres a necessidade de navegar
Nem um sabia de onde esta vontade vinha
Posto que todos temiam o mar.
Depois foram criadas as estrelas
E as posições da ursa polar,
Constelações se fizeram e vê-las
Despertou nos seres a vontade de voar.
Um dia surgiram as ilhas,
Os continentes a se desmembrar.
Pedaços de terra, Pedaços de trilhas
Então existia uma razão para se deslocar
Entre as faixas marinhas,
Entre as ilhas e trilhas
Pessoas distantes a se esperar.
E disto nasceu a saudade
Trazendo consigo a brisa do mar.
Os ventos foram criados,
A lua chegou pra ficar
Criando marés e soldados
Que cantavam suas glórias sobre o luar.
Surgiram os barcos, surgiram as velas,
Vieram os remos pra impulsionar
Ousados marujos que em caravelas
Faziam-se ao largo tentando encontrar
O porquê do desejo de navegar...
O porquê do desejo de navegar...
Ninguém sabia donde este desejo vinha
E monstros marinhos surgiram aos montes,
Fenícios e gregos observaram uma linha,
Egípcios e etruscos observaram o horizonte.
Estudos complexos de um tempo distante
Criaram um objeto para cartear
Cartas náuticas baseadas em estrelas brilhantes
A fim de que o oceano pudessem mapear.
Clepsidras já existiam e também as lanternas para guiar.
Era preciso criar um sextante
Que nunca nem antes
Ousou-se criar.
O astrolábio surgiu
E os seres se fizeram ao mar.
E ninguém nunca descobriu
De onde nasceu a vontade de marear.
Terras novas foram descobertas,
Convenções e Tordesilhas se fizeram notar,
Espanhóis e Ingleses travaram batalhas,
Surgiram corsários e novos monstros no mar.
Mestres, almirantes e marujos recebiam ofertas
Por cartas náuticas que soubessem desenhar.
Mapas do mundo se estendiam como toalhas,
 Lendas e mitos, marés, maremotos no afã de velejar.
E a ganância humana nunca se preocupou
Com as equações matemáticas que o astrolábio criaram.
A ignorância mundana nunca se preparou
Para entender o objetivo que as correntes criaram.
Foi por você,
Foi um sábio
Que para esboçar o contorno dos seus lábios
Precisou inventar
Bussolas, lunetas, faróis e o astrolábio
E dar aos gentios o desejo de navegar.
Foi por você,
Foi um sábio
Só para esboçar o formato dos seus lábios.

©leoniaoliveira (all rights reserved in ASTROLÁBIO, SONG LYRICS)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

OLHOS DE ANJO GATO


códigos binários,
loiros tons.
olhos de gato que leem
pré-socráticos,
conhecimentos de religião.
sinto o tom
sinto o tom.
é quem é que pode passar
pelo seu sorriso
sem lhe gostar?
e quem é que pode ousar
desafiar seu destino
seu baton?
ela é toda top, ela é todo som
ela é toda pop, ela é tudo de bom
símbolos de relicários,
mescla de paz.
olhos de gatos que olham
além do que é, do que se faz.
sinto o dom
sinto o dom
e quem é que pode ousar
desafiar seu coração?
e quem é que pode querer machucar
um anjo bom?
©leoniaoliveira

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

DIAMANTE DO INVISÍVEL

Das lavras de Minas, menina diamante
 Diafragma dínamo de luz
De um mar que havia deitado em Minas
Contorno de praias, cor de luz

E a praça, o batismo, o reflexo do azul
Qual a cor de um destino cravado em azul??
E toda mineira assim ela vem
O trem, cabeceira, a flor que faz bem

A graça, menina, banhada de som
Abraça esta sina, este teu corpo são.
Reflexo de clube, de esquina, de megatons

 Ligação vinte vidas que faz tanto bem

A graça, menina, banhada de som
Abraça esta sina, este teu corpo são.
Reflexo de clube, de esquina, de megatons

 E do outro lado do mar
Os barcos pesqueiros e os golfinhos corais
A veia marinha do meu sangue bom
Acha a porta que rima Zimbros com Milão
Olha a graça, menina, que desce ao luar
Diamante de Minas
Invisível mar.

©leoniaoliveira